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Property of Umbrella Corporation
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Re: Property of Umbrella Corporation
AFRICA
A música africana exerceu grande influência sobre outras manifestações musicais no mundo. Toda a gente conhece os espirituais negros, cantados pelos escravos africanos levados para a América. Esses cânticos manifestavam a realidade quotidiana que eles viviam e era uma habilidade para assegurarem a sobrevivência cultural. Constituía uma fonte de conselhos e de valores comportamentais; uma afirmação da própria identidade étnica e cultural para quem vivia uma profunda tensão entre a esperança e a resignação, entre a alegria e a dor. A ideia-base dos espirituais é que a escravidão é uma afronta a Deus, é a negação da Sua vontade.
Também os calls (chamamentos) e os cries (gritos) do Sul dos Estados Unidos são uma herança africana. Há canções de protesto, de crítica social, outras que recordam episódios da vida quotidiana e feitos históricos. Há cantigas tristes e alegres, amargas e plenas de humor. Todas elas se encontram relacionadas com o ritmo do trabalho. Os calls que ressoavam nas plantações de algodão e de cana-de-açúcar, nos portos e nos locais de labor serviam para comunicar mensagens ou manifestar uma emoção.
Os blues eram os cânticos dos Negros do Norte estadunidense. Para os Brancos, os escravos negros eram apenas um nadinha superiores aos animais. Nos cânticos deles descobre-se a influência das canções do Sul. Os blues, cânticos trágicos da dor humana, provavelmente retiraram o nome da expressão inglesa to have the blues, que significa “estar dominado pela melancolia”, pelo desespero. Foram conhecidos como a “música do Diabo”, porque os cantores manifestavam o seu mal-estar, atribuindo-o ao Diabo ou à má sorte. O cantor fala sempre daquilo que não tem e nunca virá a ter. Não se nota neles uma atitude de revolta nem de desafio. O autor lamenta-se e procura unicamente sofrer o menos possível.
Também o jazz é um tipo de música que contém uma saudade da África. Não é música africana, mas não existiria sem a África. É resultado do encontro entre o “branco” e o “negro” no Sul dos Estados Unidos. No início, foi criado por músicos negros e era considerado como a expressão de uma minoria. Este género de música caracteriza-se pela improvisação e ritmo sincopado. É uma derivação dos espirituais e dos blues. Hoje, o jazz inspira muita da música moderna.
O famigerado banjo é a versão norte-americana de um tradicional instrumento africano de três cordas chamado akonting (ou ekonting, como é conhecido no Senegal).
É um instrumento tradicional do povo jola (ou diola, de acordo com a grafia em francês), utilizado pelos griots (classe de músicos itinerantes do Norte da África, algo semelhante ao trovador europeu), e de acordo com a tradição oral do mesmo povo, o instrumento teria surgido na vila de Kanjanka, onde hoje é a região de Casamança, no Sul do Senegal. Aliás, o nome dado à afinação mais comum do instrumento relembra tal tradição, pois recebe o nome de kan (como é chamado o som da corda de acompanhamento), jan (o som da segunda corda) e ka (o da terceira), ao invés do convencional ré-sol-fá, na tradição ocidental.
A partir de Casamança, o instrumento tornou-se parte da tradição musical da Guiné-Bissau e também da Gâmbia (mesmo porque os Jola estão distribuídos entre os três países, como convém à arbitrária e exploratória partilha da África feita pelos colonizadores europeus no final do século XIX). É bem semelhante ao banjo moderno, só que de dimensões maiores. O corpo é feito de uma grande cabaça recoberta com pele animal, sendo que o “braço” do instrumento consiste de uma larga vara que atravessa a cabaça. Possui três cordas, como já foi dito, dando uma o acompanhamento (assim como no banjo comum, de cinco cordas) e as outras duas, a melodia.
Onde está a ligação com o banjo? É só observar o formato do instrumento, o modo como é construído, a técnica usada para tocá-lo (a técnica designada o´teck assemelha-se bastante à mais antiga forma de se tocar banjo), o sistema de cordas de acompanhamento e coisas do género.
A ligação com a lusofonia? Casamança fez parte da Guiné-Bissau até 1886, quando foi incorporada no Senegal francês. Até hoje, a influência portuguesa é grande na área, havendo muitos Câmaras, Oliveiras, (o “Kamarrá” e o “Oliverrá”, ambos jogadores da selecção francesa, são naturais de lá).
Há ainda o dialecto crioulo, o mesmo da Guiné-Bissau, que lá também se usa como “língua franca”, além de tradições europeias e da religião católica, bem como nomes de localidades (Ziguinchor, a capital de Casamança e maior cidade, alegadamente deve o seu nome à expressão em português «cheguei e choram», fazendo referência aos africanos temerosos de estarem presenciando a sua vez de serem atirados para os temíveis navios negreiros portugueses.
Em acréscimo, o akonting deu origem a instrumentos similares em toda a região da população jola (na Guiné-Bissau e na Gâmbia, onde boa parte da população fala crioulo); há o buchundu, instrumento do povo manjaco (Guiné-Bissau e Gâmbia), o busunde (do povo papel, da Guiné-Bissau), e ainda o kisinta, dos Balantas, também da Guiné-Bissau.
Na verdade, todos estes instrumentos são creditados como ancestrais do banjo, aparecendo o akonting como o instrumento que mais se assemelha aos primeiros banjos norte-americanos, sendo por isso uma espécie de “elo perdido” na história musical dos Estados Unidos.
Apesar de o banjo ter surgido na parte norte da África Ocidental, certo é que os colonizadores portugueses, à semelhança dos donos de escravos norte-americanos, começaram a apelidar o instrumento de “banjo”, designação proveniente da palavra m´banza, que em quimbundo (a língua do segundo maior grupo étnico de Angola) significa “lar”, “cidade”, como provável referência ao “banzo” que os escravos negros deviam sentir ao apoiar os seus lamentos nas cordas do instrumento…
A música africana exerceu grande influência sobre outras manifestações musicais no mundo. Toda a gente conhece os espirituais negros, cantados pelos escravos africanos levados para a América. Esses cânticos manifestavam a realidade quotidiana que eles viviam e era uma habilidade para assegurarem a sobrevivência cultural. Constituía uma fonte de conselhos e de valores comportamentais; uma afirmação da própria identidade étnica e cultural para quem vivia uma profunda tensão entre a esperança e a resignação, entre a alegria e a dor. A ideia-base dos espirituais é que a escravidão é uma afronta a Deus, é a negação da Sua vontade.
Também os calls (chamamentos) e os cries (gritos) do Sul dos Estados Unidos são uma herança africana. Há canções de protesto, de crítica social, outras que recordam episódios da vida quotidiana e feitos históricos. Há cantigas tristes e alegres, amargas e plenas de humor. Todas elas se encontram relacionadas com o ritmo do trabalho. Os calls que ressoavam nas plantações de algodão e de cana-de-açúcar, nos portos e nos locais de labor serviam para comunicar mensagens ou manifestar uma emoção.
Os blues eram os cânticos dos Negros do Norte estadunidense. Para os Brancos, os escravos negros eram apenas um nadinha superiores aos animais. Nos cânticos deles descobre-se a influência das canções do Sul. Os blues, cânticos trágicos da dor humana, provavelmente retiraram o nome da expressão inglesa to have the blues, que significa “estar dominado pela melancolia”, pelo desespero. Foram conhecidos como a “música do Diabo”, porque os cantores manifestavam o seu mal-estar, atribuindo-o ao Diabo ou à má sorte. O cantor fala sempre daquilo que não tem e nunca virá a ter. Não se nota neles uma atitude de revolta nem de desafio. O autor lamenta-se e procura unicamente sofrer o menos possível.
Também o jazz é um tipo de música que contém uma saudade da África. Não é música africana, mas não existiria sem a África. É resultado do encontro entre o “branco” e o “negro” no Sul dos Estados Unidos. No início, foi criado por músicos negros e era considerado como a expressão de uma minoria. Este género de música caracteriza-se pela improvisação e ritmo sincopado. É uma derivação dos espirituais e dos blues. Hoje, o jazz inspira muita da música moderna.
O famigerado banjo é a versão norte-americana de um tradicional instrumento africano de três cordas chamado akonting (ou ekonting, como é conhecido no Senegal).
É um instrumento tradicional do povo jola (ou diola, de acordo com a grafia em francês), utilizado pelos griots (classe de músicos itinerantes do Norte da África, algo semelhante ao trovador europeu), e de acordo com a tradição oral do mesmo povo, o instrumento teria surgido na vila de Kanjanka, onde hoje é a região de Casamança, no Sul do Senegal. Aliás, o nome dado à afinação mais comum do instrumento relembra tal tradição, pois recebe o nome de kan (como é chamado o som da corda de acompanhamento), jan (o som da segunda corda) e ka (o da terceira), ao invés do convencional ré-sol-fá, na tradição ocidental.
A partir de Casamança, o instrumento tornou-se parte da tradição musical da Guiné-Bissau e também da Gâmbia (mesmo porque os Jola estão distribuídos entre os três países, como convém à arbitrária e exploratória partilha da África feita pelos colonizadores europeus no final do século XIX). É bem semelhante ao banjo moderno, só que de dimensões maiores. O corpo é feito de uma grande cabaça recoberta com pele animal, sendo que o “braço” do instrumento consiste de uma larga vara que atravessa a cabaça. Possui três cordas, como já foi dito, dando uma o acompanhamento (assim como no banjo comum, de cinco cordas) e as outras duas, a melodia.
Onde está a ligação com o banjo? É só observar o formato do instrumento, o modo como é construído, a técnica usada para tocá-lo (a técnica designada o´teck assemelha-se bastante à mais antiga forma de se tocar banjo), o sistema de cordas de acompanhamento e coisas do género.
A ligação com a lusofonia? Casamança fez parte da Guiné-Bissau até 1886, quando foi incorporada no Senegal francês. Até hoje, a influência portuguesa é grande na área, havendo muitos Câmaras, Oliveiras, (o “Kamarrá” e o “Oliverrá”, ambos jogadores da selecção francesa, são naturais de lá).
Há ainda o dialecto crioulo, o mesmo da Guiné-Bissau, que lá também se usa como “língua franca”, além de tradições europeias e da religião católica, bem como nomes de localidades (Ziguinchor, a capital de Casamança e maior cidade, alegadamente deve o seu nome à expressão em português «cheguei e choram», fazendo referência aos africanos temerosos de estarem presenciando a sua vez de serem atirados para os temíveis navios negreiros portugueses.
Em acréscimo, o akonting deu origem a instrumentos similares em toda a região da população jola (na Guiné-Bissau e na Gâmbia, onde boa parte da população fala crioulo); há o buchundu, instrumento do povo manjaco (Guiné-Bissau e Gâmbia), o busunde (do povo papel, da Guiné-Bissau), e ainda o kisinta, dos Balantas, também da Guiné-Bissau.
Na verdade, todos estes instrumentos são creditados como ancestrais do banjo, aparecendo o akonting como o instrumento que mais se assemelha aos primeiros banjos norte-americanos, sendo por isso uma espécie de “elo perdido” na história musical dos Estados Unidos.
Apesar de o banjo ter surgido na parte norte da África Ocidental, certo é que os colonizadores portugueses, à semelhança dos donos de escravos norte-americanos, começaram a apelidar o instrumento de “banjo”, designação proveniente da palavra m´banza, que em quimbundo (a língua do segundo maior grupo étnico de Angola) significa “lar”, “cidade”, como provável referência ao “banzo” que os escravos negros deviam sentir ao apoiar os seus lamentos nas cordas do instrumento…
Re: Property of Umbrella Corporation
Som
O som é uma onda longitudinal que se propaga somente em meios materiais, ou seja, meios sólidos, líquidos e gasosos, não existindo a possibilidade de se propagar no vácuo, pois no mesmo não existe matéria.
O som pode se propagar com diferentes frequências, no entanto, o sistema auditivo dos seres humanos percebe somente ondas com frequências que estão compreendidas entre o intervalo de 20 hertz e 20 000 hertz. Ondas inferiores a 20 hertz são chamadas de infrassom e ondas superiores a 20 000 hertz são denominadas de ultrassom. As ondas que possuem frequências inferiores ou superiores à faixa auditiva dos humanos não provocam sensação auditiva ao atingirem o ouvido, sendo assim não ouvimos esses sons.
Apesar de não conseguirmos ouvir os infrassons e os ultrassons, existem alguns seres no reino animal, como o morcego e o golfinho, que são capazes de perceber esses sons. Isso acontece porque o sistema auditivo deles é sensibilizado por essas frequências sonoras. Outro exemplo de animal capaz de ouvir frequências ultrassônicas são os cachorros, os quais conseguem ouvir sons com frequências que chegam até 50 000 hertz. É por esse motivo que esses animais conseguem ouvir os apitos de ultrassons e os seres humanos não.
Os morcegos não são cegos, eles são animais que emitem e ouvem sons com frequências que chegam até 120 000 Hz. É através dessas frequências ultrassônicas que os morcegos conseguem se locomover no escuro. O sonar é um aparelho que, assim como os morcegos, consegue captar e localizar objetos e medir a distância até ele. Tanto esse aparelho quanto os morcegos emitem uma onda que ao encontrar um determinado obstáculo retorna à fonte emissora possibilitando dessa forma, calcular e medir a distância e localizar os objetos. Os navios e submarinos utilizam esse mesmo princípio para encontrar objetos no fundo do mar, como cardumes de peixes, por exemplo.
O som é uma onda longitudinal que se propaga somente em meios materiais, ou seja, meios sólidos, líquidos e gasosos, não existindo a possibilidade de se propagar no vácuo, pois no mesmo não existe matéria.
O som pode se propagar com diferentes frequências, no entanto, o sistema auditivo dos seres humanos percebe somente ondas com frequências que estão compreendidas entre o intervalo de 20 hertz e 20 000 hertz. Ondas inferiores a 20 hertz são chamadas de infrassom e ondas superiores a 20 000 hertz são denominadas de ultrassom. As ondas que possuem frequências inferiores ou superiores à faixa auditiva dos humanos não provocam sensação auditiva ao atingirem o ouvido, sendo assim não ouvimos esses sons.
Apesar de não conseguirmos ouvir os infrassons e os ultrassons, existem alguns seres no reino animal, como o morcego e o golfinho, que são capazes de perceber esses sons. Isso acontece porque o sistema auditivo deles é sensibilizado por essas frequências sonoras. Outro exemplo de animal capaz de ouvir frequências ultrassônicas são os cachorros, os quais conseguem ouvir sons com frequências que chegam até 50 000 hertz. É por esse motivo que esses animais conseguem ouvir os apitos de ultrassons e os seres humanos não.
Os morcegos não são cegos, eles são animais que emitem e ouvem sons com frequências que chegam até 120 000 Hz. É através dessas frequências ultrassônicas que os morcegos conseguem se locomover no escuro. O sonar é um aparelho que, assim como os morcegos, consegue captar e localizar objetos e medir a distância até ele. Tanto esse aparelho quanto os morcegos emitem uma onda que ao encontrar um determinado obstáculo retorna à fonte emissora possibilitando dessa forma, calcular e medir a distância e localizar os objetos. Os navios e submarinos utilizam esse mesmo princípio para encontrar objetos no fundo do mar, como cardumes de peixes, por exemplo.
Re: Property of Umbrella Corporation
Artn Oriente Eu me dedico aos Árabes que nos mostra que com o dinheiro quase tudo é possível
Re: Property of Umbrella Corporation
中国 中國 China e sua arte
A Arte da China
Cântaro, Dinastia Ming, período chia-Ching, 1522-1566. Porcelana decorada com figura de dragão que indica procedência de oficina do governo imperial. Museu Staatliche - Berlim.
Até bem pouco tempo os orientais achavam que os povos do ocidente não eram civilizados, não tinham cultura e os chamavam de bárbaros. De certa forma tinham razão pois, até o fim da Idade Média - portanto antes do Renascimento - a barbárie campeava na Europa. Com exceção das civilizações grega e romana (depois extintas), todas as outras civilizações e conseqüentes manifestações artísticas, vinham da Ásia - do Oriente Médio e do Extremo Oriente.
Por outro lado, alguns acreditam que a história das artes européias e até as da bacia do Mediterrâneo pode ser contada desprezando as artes do Extremo Oriente, cuja influência no ocidente só foi exercida esporádica e superficialmente. Também não se pode aceitar a afirmação de que a China possui civilização e artes plásticas mais antigas do mundo, pois nas épocas brilhantes da arte egípcia, a China só produzia uma cerâmica primitiva. E mesmo quando os mármores do Partenon eram trabalhados por Fídias, a China ainda não passara dos vasos de bronze, ainda que esses tivessem grande valor artístico. O que se pode afirmar é que a China possui a mais antiga civilização continuada do mundo.
Muito embora a expressão "Extremo Oriente" seja empregada, com relação à China, Índia, Japão e Coréia, mais em função da distância geográfica entre estes países e o Ocidente, também insinua um afastamento cultural difícil de transpor. E mesmo com relação a outras regiões da Ásia, havia (e há) muitas incompreenções.
Em função do distanciamento cultural e geográfico, é fácil entender o relacionamento complicado e tumultuado entre Ocidente e Oriente, inclusive a tendência de considerar negativamente as manifestações artístico-culturais asiáticas. Muito contribuiu para isso os hábitos e convenções opostas aos nossos costumes e tradições, como por exemplo o luto, que por aqui é preto e lá é branco, a maneira de ler um livro é diferente, eles começam a leitura pela última página, etc. Somente nas décadas de 20 e 30 do século XX, mediante diversas exposições compreensivas realizadas no Ocidente, foi que a arte oriental ofereceu um panorama mais completo para os ocidentais.
Até o final da Idade Média, os desertos, montanhas e outros acidentes geográficos, sem falar nas diferenças políticas, eram uma barreira quase intransponível entre estes dois mundos. No caso da China, o isolamento só era rompido levemente pelas Rotas da Seda, e mesmo sua comercialização era feita por uma corrente de intermediários que impedia qualquer contato com os chineses. No século XVIII os árabes andaram brigando com os amarelos, mas logo o Islam passou a intermediário, transportando não só a seda, como invenções chinesas tipo o papel e a Imprensa, ao mesmo tempo que os chineses recebiam ensinamentos sobre matemática e astronomia.
Entre o segundo milênio e o nascimento de Cristo, as civilizações do Extremo Oriente cresceram e floresceram, ao mesmo tempo que se isolava de outras culturas. Somente no Sul houve um canal de comunicação ininterrupto com o Sudoeste asiático, que ficou imbuído da cultura chinesa. Foi aí que a civilização indiana entrou em contato com a chinesa, aparecendo nas artes importantes e interessantes criações híbridas em várias regiões. Finalmente, a proximidade de povos menos civilizados fez com que os chineses ficassem convictos de sua superioridade cultural, o que de fato eram durante os séculos medievais. Foi essa cultura que se infiltrou pelo nordeste da Coréia (importantes intermediários) e atingiu as ilhas japonesas. É importante ressaltar que a Religião, como sempre acontece, teve um papel importante no desenvolvimento das civilizações e artes naquela região. O budismo, com sua iconografia helenizada, conquistou completamente o Extremo Oriente.
Nas próximas edições vamos tentar contar a história da arte na Índia, China, Japão e Coréia. Por ser um trabalho muito complexo, que envolve muitos séculos, da diversidade e da riqueza das civilizações, vamos nos basear mais no período histórico, sem abandonar alguns aspectos da pré-história que vieram à luz através da arqueologia. Em função de numerosos achados arqueológicos, podemos afirmar que o período Neolítico (até 2500 a.C., situado entre o mesolítico e a idade dos metais, quando o homem já está polindo a pedra, dedica-se à cultura, domestica animais e constrói cidades lacustres), dos referidos países, está mais ou menos documentado e a partir daí é possível acompanhar a evolução artística e o desenvolvimento destas civilizações.
A Arte da China
Cântaro, Dinastia Ming, período chia-Ching, 1522-1566. Porcelana decorada com figura de dragão que indica procedência de oficina do governo imperial. Museu Staatliche - Berlim.
Até bem pouco tempo os orientais achavam que os povos do ocidente não eram civilizados, não tinham cultura e os chamavam de bárbaros. De certa forma tinham razão pois, até o fim da Idade Média - portanto antes do Renascimento - a barbárie campeava na Europa. Com exceção das civilizações grega e romana (depois extintas), todas as outras civilizações e conseqüentes manifestações artísticas, vinham da Ásia - do Oriente Médio e do Extremo Oriente.
Por outro lado, alguns acreditam que a história das artes européias e até as da bacia do Mediterrâneo pode ser contada desprezando as artes do Extremo Oriente, cuja influência no ocidente só foi exercida esporádica e superficialmente. Também não se pode aceitar a afirmação de que a China possui civilização e artes plásticas mais antigas do mundo, pois nas épocas brilhantes da arte egípcia, a China só produzia uma cerâmica primitiva. E mesmo quando os mármores do Partenon eram trabalhados por Fídias, a China ainda não passara dos vasos de bronze, ainda que esses tivessem grande valor artístico. O que se pode afirmar é que a China possui a mais antiga civilização continuada do mundo.
Muito embora a expressão "Extremo Oriente" seja empregada, com relação à China, Índia, Japão e Coréia, mais em função da distância geográfica entre estes países e o Ocidente, também insinua um afastamento cultural difícil de transpor. E mesmo com relação a outras regiões da Ásia, havia (e há) muitas incompreenções.
Em função do distanciamento cultural e geográfico, é fácil entender o relacionamento complicado e tumultuado entre Ocidente e Oriente, inclusive a tendência de considerar negativamente as manifestações artístico-culturais asiáticas. Muito contribuiu para isso os hábitos e convenções opostas aos nossos costumes e tradições, como por exemplo o luto, que por aqui é preto e lá é branco, a maneira de ler um livro é diferente, eles começam a leitura pela última página, etc. Somente nas décadas de 20 e 30 do século XX, mediante diversas exposições compreensivas realizadas no Ocidente, foi que a arte oriental ofereceu um panorama mais completo para os ocidentais.
Até o final da Idade Média, os desertos, montanhas e outros acidentes geográficos, sem falar nas diferenças políticas, eram uma barreira quase intransponível entre estes dois mundos. No caso da China, o isolamento só era rompido levemente pelas Rotas da Seda, e mesmo sua comercialização era feita por uma corrente de intermediários que impedia qualquer contato com os chineses. No século XVIII os árabes andaram brigando com os amarelos, mas logo o Islam passou a intermediário, transportando não só a seda, como invenções chinesas tipo o papel e a Imprensa, ao mesmo tempo que os chineses recebiam ensinamentos sobre matemática e astronomia.
Entre o segundo milênio e o nascimento de Cristo, as civilizações do Extremo Oriente cresceram e floresceram, ao mesmo tempo que se isolava de outras culturas. Somente no Sul houve um canal de comunicação ininterrupto com o Sudoeste asiático, que ficou imbuído da cultura chinesa. Foi aí que a civilização indiana entrou em contato com a chinesa, aparecendo nas artes importantes e interessantes criações híbridas em várias regiões. Finalmente, a proximidade de povos menos civilizados fez com que os chineses ficassem convictos de sua superioridade cultural, o que de fato eram durante os séculos medievais. Foi essa cultura que se infiltrou pelo nordeste da Coréia (importantes intermediários) e atingiu as ilhas japonesas. É importante ressaltar que a Religião, como sempre acontece, teve um papel importante no desenvolvimento das civilizações e artes naquela região. O budismo, com sua iconografia helenizada, conquistou completamente o Extremo Oriente.
Nas próximas edições vamos tentar contar a história da arte na Índia, China, Japão e Coréia. Por ser um trabalho muito complexo, que envolve muitos séculos, da diversidade e da riqueza das civilizações, vamos nos basear mais no período histórico, sem abandonar alguns aspectos da pré-história que vieram à luz através da arqueologia. Em função de numerosos achados arqueológicos, podemos afirmar que o período Neolítico (até 2500 a.C., situado entre o mesolítico e a idade dos metais, quando o homem já está polindo a pedra, dedica-se à cultura, domestica animais e constrói cidades lacustres), dos referidos países, está mais ou menos documentado e a partir daí é possível acompanhar a evolução artística e o desenvolvimento destas civilizações.
Re: Property of Umbrella Corporation
HISTÓRIA DA ARTE: A Arte na Índia
Detalhe da balaustrada de Bharhut - Índia, séc. II a.C. em arenito, representando uma Yakshint, ou espírito trípice feminino (salabhanjinka). Museu Indiano, Calcutá.
A Índia é um país de contrastes, a começar pela sua geografia e condições climáticas que apresentam as eternas neves do Himalaia de um lado, e as tórridas florestas do outro. Calor sufocante no verão e umidade excessiva no inverno. Os picos mais altos do mundo, situados na região montanhosa do norte, alimentam os grandes rios Indus e Ganges que fertilizam a imensa planície Indu-Ganges que foi o berço da civilização indiana.
Ao lado da China, a Índia possui uma evolução cultural sem solução de continuidade, sendo a arte a verdadeira expressão da sua civilização. Mesmo faltando referências cronológicas, é possível acompanhar o desenvolvimento de sua arte que a rigor só se manifestou, no sentido exato da palavra, no período Maurya, no século III a.C.
Escavações realizadas no Vale dos Indus revelaram que a civilização neolítica da Índia foi caracterizada por variados utensílios confeccionados com sílex entalhado e polido, semelhante aos da Ásia Ocidental e da Europa. Nas regiões do norte apareceu depois uma indústria interessada em trabalhar o cobre, surgindo objetos feitos com esse metal, tais como: machadinhas, adagas, espadas, pontas de lanças e até braceletes.
As regiões de Harappa, no Punjab e Mohenjo-daro, em Sind, mostraram que as antigas civilizações tiveram um planejamento urbano bem elaborado, os alicerces das cidades eram construídos com tijolo cru, enquanto tijolos cozidos eram empregados nas construções. As casas possuíam poços e até banheiros com água canalizada dos rios. Fragmentos de ancoradouros mostram que as cidades usavam o comércio fluvial. Elas eram fortificadas, possuíam edifícios públicos, oficinas artesanais, celeiro coletivo e cemitérios.
Entre as civilizações do Extremo-Oriente, a Índia foi a mais aberta às influências ocidentais. Os primeiros invasores foram os arianos, em 11.500 a.C., procedentes do planalto iraniano, que penetraram no país pelo nordeste e estabeleceram-se em Punjab. Neste tempo remoto a civilização local era influenciada pelas civilizações sumeriana e elamita, sendo altamente desenvolvida. Os arianos destruíram várias cidades do vale dos Indus, empurrando os habitantes naturais para o sul. Esta invasão introduziu ali o idioma sânscrito, a religião védica e outros elementos que contribuíram para a formação cultural. No século VI ocorreram novas invasões, os arquemênidas, primeiro sob o comando de Ciro (559-529) e depois Dario (521-485). Durante dois séculos a região ficou sob o domínio do Império Persa, que influenciou muito a arquitetura indiana, e que explica os temas tipicamente aquemênios que influíram no acervo artístico da escultura indiana. No ano de 326 a.C. Alexandre, o Grande, conquistou o vale, levando para o país uma poderosa influência grega.
Mas, não somente invasores passavam pelas fronteiras do nordeste e noroeste, mas também os comerciantes, que estabeleceram uma rota regular. O intercâmbio comercial aumentou bastante com o início da era cristã. Já no século I a.C. haviam estabelecido um tráfego marítimo regular entre a Índia e o Egito. A comercialização se estendeu até o Ceilão e depois a Birmânia, Indochina, península da Malaia e atingindo Bornéo. As obras de arte eram extremamente valorizadas nas transações. No ano 80 a.C. os Sakas tomaram o domínio dos sátrapas gregos nas províncias do noroeste e nos séculos I e II da Era Cristã os Kushans ergueram um grande império que ia desde Oxus até a o Vale do Ganges, abrangendo os territórios helenizados e arianos. Este domínio caiu sob os ataques do Irã sassânico que bloqueou as rotas entre a Ásia Oriental e o mundo Mediterrâneo, isolando a Índia do Ocidente. Finalmente no século V a Índia foi unificada sob a dinastia dos Gupta. Somente mais tarde, no ano 1000, o território indiano voltaria a ser atacado, desta vez por mulçumanos.
Detalhe da balaustrada de Bharhut - Índia, séc. II a.C. em arenito, representando uma Yakshint, ou espírito trípice feminino (salabhanjinka). Museu Indiano, Calcutá.
A Índia é um país de contrastes, a começar pela sua geografia e condições climáticas que apresentam as eternas neves do Himalaia de um lado, e as tórridas florestas do outro. Calor sufocante no verão e umidade excessiva no inverno. Os picos mais altos do mundo, situados na região montanhosa do norte, alimentam os grandes rios Indus e Ganges que fertilizam a imensa planície Indu-Ganges que foi o berço da civilização indiana.
Ao lado da China, a Índia possui uma evolução cultural sem solução de continuidade, sendo a arte a verdadeira expressão da sua civilização. Mesmo faltando referências cronológicas, é possível acompanhar o desenvolvimento de sua arte que a rigor só se manifestou, no sentido exato da palavra, no período Maurya, no século III a.C.
Escavações realizadas no Vale dos Indus revelaram que a civilização neolítica da Índia foi caracterizada por variados utensílios confeccionados com sílex entalhado e polido, semelhante aos da Ásia Ocidental e da Europa. Nas regiões do norte apareceu depois uma indústria interessada em trabalhar o cobre, surgindo objetos feitos com esse metal, tais como: machadinhas, adagas, espadas, pontas de lanças e até braceletes.
As regiões de Harappa, no Punjab e Mohenjo-daro, em Sind, mostraram que as antigas civilizações tiveram um planejamento urbano bem elaborado, os alicerces das cidades eram construídos com tijolo cru, enquanto tijolos cozidos eram empregados nas construções. As casas possuíam poços e até banheiros com água canalizada dos rios. Fragmentos de ancoradouros mostram que as cidades usavam o comércio fluvial. Elas eram fortificadas, possuíam edifícios públicos, oficinas artesanais, celeiro coletivo e cemitérios.
Entre as civilizações do Extremo-Oriente, a Índia foi a mais aberta às influências ocidentais. Os primeiros invasores foram os arianos, em 11.500 a.C., procedentes do planalto iraniano, que penetraram no país pelo nordeste e estabeleceram-se em Punjab. Neste tempo remoto a civilização local era influenciada pelas civilizações sumeriana e elamita, sendo altamente desenvolvida. Os arianos destruíram várias cidades do vale dos Indus, empurrando os habitantes naturais para o sul. Esta invasão introduziu ali o idioma sânscrito, a religião védica e outros elementos que contribuíram para a formação cultural. No século VI ocorreram novas invasões, os arquemênidas, primeiro sob o comando de Ciro (559-529) e depois Dario (521-485). Durante dois séculos a região ficou sob o domínio do Império Persa, que influenciou muito a arquitetura indiana, e que explica os temas tipicamente aquemênios que influíram no acervo artístico da escultura indiana. No ano de 326 a.C. Alexandre, o Grande, conquistou o vale, levando para o país uma poderosa influência grega.
Mas, não somente invasores passavam pelas fronteiras do nordeste e noroeste, mas também os comerciantes, que estabeleceram uma rota regular. O intercâmbio comercial aumentou bastante com o início da era cristã. Já no século I a.C. haviam estabelecido um tráfego marítimo regular entre a Índia e o Egito. A comercialização se estendeu até o Ceilão e depois a Birmânia, Indochina, península da Malaia e atingindo Bornéo. As obras de arte eram extremamente valorizadas nas transações. No ano 80 a.C. os Sakas tomaram o domínio dos sátrapas gregos nas províncias do noroeste e nos séculos I e II da Era Cristã os Kushans ergueram um grande império que ia desde Oxus até a o Vale do Ganges, abrangendo os territórios helenizados e arianos. Este domínio caiu sob os ataques do Irã sassânico que bloqueou as rotas entre a Ásia Oriental e o mundo Mediterrâneo, isolando a Índia do Ocidente. Finalmente no século V a Índia foi unificada sob a dinastia dos Gupta. Somente mais tarde, no ano 1000, o território indiano voltaria a ser atacado, desta vez por mulçumanos.
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